Serra da Estrela

A Filarmónica de S. Gião de passagem por Torroselo

17-01-2012 21:09

 

Apesar de velha na idade, a Filarmónica Sangianense continua a respirar juventude e, com o entusiasmo das gentes de S. Gião, lá vai abrilhantando, ano após ano, as romarias da região. Ao longo dos tempos, o querer e a vontade de uns quantos cidadãos da terra conseguiram manter a filarmónica activa, é claro que com os inevitáveis altos e baixos, como acontece, obviamente, com todas elas. São, de resto, muitas as histórias que fazem parte desta instituição secular. Uma delas diz respeito a uma saída para “abrilhantar” a festa de Santa Eufémia de Paranhos. “Dias antes da partida correu o boato de que em Torrozelo, os filarmónicos locais nos esperavam para nos darem uma ‘surra’, pois havia grande rivalidade entre as duas filarmónicas e Torrozelo ficava mais perto e era local de passagem obrigatório para nós. Aconselhados pelos mais velhos, os executantes mais novos iam à frente, com os largos cinturões da farda enrolados na mão direita, deixando solto o fivelão para o que desse e viesse. Qual não foi a surpresa quando vimos que à entrada de Torrozelo, à beira da estrada, nos esperavam sim!... mas... batendo palmas, e com bandejas de biscoitos e garrafões de vinho”, conta António Canastrinha, no livro dos 150 anos da filarmónica.
O actual presidente da direcção, José Garcia, está satisfeito com a situação da filarmónica, considerando-a “no bom caminho”. O instrumental, que é uma das principais preocupações das direcções de colectividades congéneres, está “afinadinho”, embora haja sempre, naturalmente, arranjos a fazer.
No que respeita ao fardamento dos músicos, tudo aponta para que também possam surgir em breve boas notícias, já que a direcção está a fazer todos os esforços para garantir a substituição. Depois de vários anos sem casa própria, a banda “ganhou”, na década de cinquenta, um novo espaço totalmente seu, com boas condições para os ensaios semanais da filarmónica e da escola de música.
Os executantes são actualmente 24 e na escola estão 16 crianças. De uma só vez, entraram já este ano mais sete alunos, o que deu um novo ânimo quanto ao futuro. No entanto, devido ao seu isolamento geográfico, muitos são os jovens que acabam por abandonar a terra à procura de melhor vida noutras paragens, o que significa, consequentemente, deixar também para trás a filarmónica. “É sempre um problema que acaba por não estar nas nossas mãos”, reconhece José Garcia. Sendo uma banda com muitos pergaminhos na região, as saídas são sempre muitas durante o Verão. As povoações do concelho oliveirense são as mais visitadas, mas a banda marca ainda presença para lá do concelho e da própria Beira Serra. Actuou também já no Luxemburgo.

Fonte: https://www.coimbraeventos.com/ffdc/bandas/sangi.htm

A. Madeira (antoniomadeira54@hotmail.com)

Voltar

Procurar na página

OP© 2012 Todos os direitos reservados.